Após a deflagração da Operação Velatus pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira, dia 17, cumprindo mandados de busca e apreensão nas cidades de Garanhuns, Caruaru, Terezinha e Bom Conselho, a Prefeitura de Garanhuns divulgou Nota esclarecendo que não foi alvo de mandados e não mantém vínculo com a Empresa investigada no Município.
A ação policial, coordenada pela Delegacia da PF em Caruaru, investiga um esquema de fraudes em licitações, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro, com foco em contratos firmados entre Prefeituras Pernambucanas, uma organização da sociedade civil e empresas privadas para fornecimento de mão de obra terceirizada — especialmente na área da saúde. Os contratos sob suspeita movimentaram mais de R$ 662 milhões entre 2019 e 2024, dos quais R$ 431 milhões são de origem federal. (saiba mais AQUI).
Em Garanhuns, os Agentes Federais estiveram em uma Organização da Sociedade Civil localizada no Centro da Cidade. No entanto, segundo a Prefeitura, nenhuma equipe da Polícia Federal compareceu à sede do Governo Municipal, nem há relação da Gestão com a Empresa alvo da Operação, cujo nome não foi revelado pela PF.
“Refutamos aqueles que aproveitam as informações da Polícia Federal para confundir a população em publicações e comentários, buscando atingir a Gestão Municipal com único interesse político-eleitoral”, registra a nota oficial da Prefeitura, que pode ser conferida na integra na imagem acima.
PF EM GARANHUNS – No ano passado, mais precisamente no dia 20 de junho (imagem acima), a sede da Prefeitura e da Secretaria de Educação foram visitadas por Policiais Federais que cumpriram quatro mandados de busca e apreensão, expedidos pelo TRF 5, durante a Operação Helvécia (relembre AQUI). A presença dos Policiais, em 2024, não tem qualquer ligação com a Operação deflagada nesta terça pela PF.
A época, a Prefeitura de Garanhuns esclareceu que a PF veio ao Município requisitar “documentos no âmbito de uma investigação de cunho preliminar”, para averiguar a “idoneidade da ABDESM”, entidade que foi contratada e recebeu pagamentos na ordem de um milhão e setecentos mil reais com recursos do Fundeb.
Após a Operação, no último mês de abril, o Juiz Federal Titular da 23ª Vara Federal de Pernambuco, Dr. Felipe Mota Pimentel de Oliveira, julgou procedente uma ação popular movida pela ex-vereadora Fany Bernal, e reconheceu a ilegalidade no uso recursos do FUNDEB por parte da Prefeitura de Garanhuns em contratos firmados junto a ABDESM.
A decisão declarou nulos os pagamentos realizados à entidade ABDESM, referentes aos projetos “Acolher” e “Comer Bem, Viver Melhor”, cujos contratos juntos somam mais de R$ 17,7 milhões de reais (R$ 17.704.331,41) e determinou que os Gestores Públicos envolvidos, a secretária de Educação, Wilza Vitorino, e o Prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino (PSB), devolvessem valores estimados, inicialmente, em mais de R$ 1,7 milhão de reais (R$ 1.770.433,01), que teriam sido empenhados e pagos referentes aos Contratos junto a ABDESM (relembre AQUI).
Em Nota, em abril passado, a Prefeitura de Garanhuns, através da Secretaria de Educação, registrou que iria recorrer da decisão e garantiu que nem o Prefeito, tampouco a Secretária, praticaram “qualquer ilegalidade”, pois atuam pautados “pelos princípios da legalidade e da supremacia do interesse público”. O Blog não teve acesso as informações atualizadas sobre o Processo. (@blogcarloseugenio)