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BLOG DO CARLOS EUGÊNIO | domingo, 14 de setembro de 2025

 

A Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (UFAPE), sediada em Garanhuns, está desenvolvendo um projeto inovador que pretende fornecer leite de jumenta para Hospitais Neonatais do Estado. A iniciativa, que ainda está em fase de testes, tem previsão de começar a atender bebês e crianças internadas em Unidades de Saúde a partir do primeiro semestre de 2026.

 

Além de oferecer um alimento de alto valor nutricional e com baixa incidência de alergias, a proposta busca preservar a espécie, que está em risco de extinção no Brasil. Segundo a ONG internacional The Donkey Sanctuary, a população de jumentos no País caiu 94% entre 1999 e 2024.

 

 

O projeto, intitulado “Caracterização do potencial produtivo leiteiro de fêmeas asininas do ecótipo Nordestino”, teve início em 2018, após a Polícia Rodoviária Federal (PRF) procurar a Universidade em busca de uma solução para jumentos abandonados nas estradas.

 

“As pessoas perderam o interesse econômico nesses animais e, na época, muitos acidentes eram registrados”, explica o professor Jorge Lucena, do curso de Zootecnia e coordenador da pesquisa. Segundo ele, a produção de Leite de Jumenta pode representar uma alternativa sustentável para a sobrevivência da espécie e, ao mesmo tempo, gerar renda para famílias camponesas. “Em termos bioquímicos, o leite de jumenta é o mais próximo do leite materno humano. Como os aminoácidos estão em moléculas menores, ele é mais fácil de digerir e causa menos alergias”, complementa Lucena. 

 

 

Atualmente, a equipe trabalha com um plantel formado por animais doados e resgatados. A meta é ampliar a produção e disponibilizar o leite em pó, o que aumenta a segurança do produto e facilita o transporte e o armazenamento em UTI’s neonatais. “Estamos na fase de avaliação microbiológica, analisando possíveis bactérias nocivas e a composição nutricional do leite”, afirma o professor Victor Netto, colaborador do Projeto.

 

 

Além do leite em pó, a pesquisa vem avançando na criação de produtos derivados, como queijos, coalhadas, iogurtes, sorvetes, cosméticos e sabonetes.

 

Para viabilizar a produção em escala, os pesquisadores trabalham na estruturação de uma startup que deverá captar investimentos para aprimorar equipamentos e processos, desde a seleção genética até a rotulagem dos produtos.

 

  Clique na imagem para assistir o Vídeo. 

 

“Quando um animal passa a ter valor econômico, ele recebe melhores cuidados. Nosso objetivo é garantir bem-estar e preservação, enquanto mostramos aos produtores o potencial desse mercado”, complementa Gerla Chinelate, professora Associada do curso de Engenharia de Alimentos da UFAPE. O projeto foi destacado pelo reitor da UFAPE, Dr. Airon Melo, em entrevista ao programa Conversando com Carlos Eugênio (confira acima). (@blogcarloseugenio, com informações e imagens do Diario de Pernambuco. CONFIRA)