BUSCA DE NOTÍCIAS 2021
BUSCA DE NOTÍCIAS DE 2013 A 2020


A programação da 23ª edição do Festival de
Inverno oferece, mais uma vez, o Palco de Cultura Popular. Fixado no Largo do
Colunata, bem no centro da Cidade, o local é tradicional em apresentar grupos
que valorizam a cultura brasileira, especialmente a nordestina.

Na primeira
apresentação do dia, que aconteceu na manhã desta sexta-feira (19), o Reisado
de Gonzaga de Garanhuns encantou um público expressivo, que acompanhou
animadamente o show, as danças e louvores direcionados ao Divino Pai Eterno e
Nossa Senhora. Mesmo com chuva, a plateia que prestigiou o evento continuou a
cantarolar junto com Gonzaga e os integrantes do grupo, os quais chamavam a
atenção pela alegria, bem como pelo colorido das vestimentas.

Em seguida, o grupo
recifense “Boi Faceiro” fez um cortejo pela Avenida Santo Antônio até
chegar em frente ao palco e realizar uma apresentação no chão, junto ao
público, fazendo com que aqueles que somente assistiam, tivessem a oportunidade
de participar junto a Catirina, Matheus, Bastião, o Boi, a Ema e demais
personagens, de um verdadeiro teatro.

Para a professora Maria
José de Lemos, foi fantástica a interação do grupo junto aos expectadores.
“Achei linda a troca entre os artistas e as pessoas presentes. A gente nem
percebe o tempo passar. Sem contar as partes engraçadas, já que o tema é meio
de comédia, agradando tanto as crianças quanto aos adultos”, argumentou a
docente, vinda da cidade de Vitória de Santo Antão.

As atividades tiveram sequência durante a
tarde com os shows do grupo Afoxé Alafin Oyó, o Maracatu de Baque Virado Nação
Luanda, além dos Índios Tupi Oriental, finalizando com o Clube Carnavalesco
Mixto Seu Malaquias. (Ilana Dias/SECOM)



Ser professor de literatura em Garanhuns é meio caminho andado para se
tornar escritor. Curiosamente, a cidade no Agreste pernambucano tem cena
literária protagonizada por autores que dividem o tempo entre salas de aula e a
produção de obras. A paixão pelas letras uniu Helder Herik, Mário
Rodrigues e Nivaldo Tenório
, poeta, romancista e contista,
respectivamente, para a criação do selo u-Carbureto, por onde publicam os
próprios livros. Eles também compõem as atividades literárias do Festival de
Inverno de Garanhuns (FIG), até a próxima sexta-feira (26).

A programação está concentrada no pavilhão Praça da Palavra
(Bairro de Heliópolis), onde acontecem palestras, cursos, recitais e lançamentos.
Neste ano, o evento traz como convidado o escritor Xico Sá, e homenageia
Luzinette Laporte, que começou a escrever após atuar 30 anos como professora.
(PERNAMBUCO.COM)
Confira um bate-papo com os quatro escritores. 

O que acham da programação literária do FIG?

Mário
Rodrigues
  – O FIG é um momento que a cidade tem para funcionar
como vitrine, mostrar seus valores em todas as áreas. Na literatura, as
atenções se viram para escritores locais. Este ano, temos programação associada
ao programa de rádio Café Colombo, que por meio de entrevistas faz a ponte com
o Recife. A presença de Xico Sá, um nome da literatura nacional, encorpa o
evento. Isso tudo abre oportunidades para a gente entrar em contato com
jornalistas, escritores e com o público. Também para escoar essa nossa produção
literária, mostrar nossa existência.


 Nivaldo
Tenório
– É uma coisa nova no FIG. As iniciativas da Fundarpe no
quesito literatura sempre foram muito tímidas. No começo tínhamos oficinas, mas
depois pararam de ser ministradas pelos escritores e foram direcionadas para
professores. Por muito tempo o evento não teve literatura na programação, vazio
que era preenchido pela programação do Sesc. Houve mais espaço na época em que
Raimundo Carrero era presidente da Fundarpe, e agora está voltando por causa de
Wellington de Melo. Essa coisa de estabelecer conversa com escritores da cidade
é bem interessante.

A visibilidade continua a render frutos depois do evento?

Nivaldo
Tenório
–  Isso funciona melhor para músicos que têm oportunidade
de se apresentar nos palcos descentralizados, mesmo que o público não seja
expressivo. Como o evento é muito grande, acredito que acaba dando certo também
para escritores locais que querem mostrar seus livros, serem vistos. Para falar
mais do que isso, ainda é cedo.

Como enxergam a homenagem à Luzinette Laporte?

Mário
Rodrigues
  – É uma escritora da terra que todos nós gostamos e
com a qual nos identificamos muito.


Helder
Herik
– Luzinete é uma das maiores escritoras do estado. Homem com
girassóis no olhar é um dos livros mais importantes dos últimos dez anos
publicados em Pernambuco. Ela usa metáfora da passagem do tempo como se fosse
um semáforo. Enquanto o homem espera para atravessar para o outro lado, reflete
sobre a existência, sobre o que fez da vida. Está fraco, envelheceu, não tem
como voltar atrás. É um livro denso, extremamente humano. Além disso, é uma
pessoa adorável, de bom papo. Meu terceiro livro é dedicado a ela.


 Luzinette
Laporte
– Me sinto espantada, impressionada como as pessoas me olham
desse jeito. Não sou nada disso. Homero Fonseca quando apresentou Roliude em
Garanhuns falou muito sobre mim, que eu publiquei texto dele com 18 anos… Então
essas coisas vão ficando. Sempre agradeço muito a Deus por tudo.


 Nivaldo
Tenório
– Sou bastante chegado a Luzinette, uma ótima escritora. Por
causa da subjetividade, da reflexão, muitos críticos apressados vincularam a
escrita dela a Clarice Lispector,  mas ela própria negou essa relação.


 Luzinette
Laporte –
Não neguei, fiquei envaidecida, mas como poderia ter uma
visão diferente de mim mesma? Foi um choque. Fiquei muito satisfeita, mas não
como se fosse uma cópia, mas como se tivesse a mesma “alma”…  o mesmo modo
de pensar e sentir a vida.


Mesmo que não proceda, a comparação foi um grande elogio…

Luzinette
Laporte
– Não tenho uma maneira de escrever muito atrativa. Também tenho
livros infantis, e neles escrevo com linguagem para criança. Mas quando escrevi
os livros para o público adulto, fui falando para eles, e fico muito alegre em
saber que são bem aceitos. É alegria, nao é vaidade. É como uma mãe que tem um
filho e todo mundo acha ele bonito. (risos)

Mário, Herik e Nivaldo, vocês criaram o selo u-Carbureto, por meio do qual
publicam os próprios livros. Como isso tem funcionado para cada um?

Helder
Herik
– A proposta é de todo ano publicar um livro de cada um de nós,
e também de abrir espaço para escritores da cidade que queiram participar.


Nivaldo
Tenório
– Gostaríamos de publicar livros de pessoas com estilos
diferentes, mas acabamos publicando apenas os nossos, por diletantismo, por
puro prazer.  Embora a gente leve literatura muito a serio, não há profissionalismo.
Mesmo assim temos sido incentivados e reconhecidos, tanto pelo conteúdo quanto
pela proposta editorial. A tendência é profissionalizar e levar para a frente.

Quais as publicações mais recentes? Há algum lançamento previsto?

Mário
Rodrigues
– O meu mais novo, Brazil, 2014, não chega a ser romance
social, mas tem reflexão sobre questões sociais que considero importantes. O
título ironiza a Copa do Mundo, um acontecimento que chancela que o Brasil está
se tornando um país diferente, a ponte de sediar grandes eventos. Na realidade,
sofremos de grandes problemas, como o preconceito racial, a violência, as
segregações. Aqui em Garanhuns, está à venda nas livrarias Mec, Café e na
programação literária do FIG.


 Nivaldo
Tenório
– Sou o tipo de escritor que fica fazendo e refazendo os
textos, e acabo demorando para publicar. Mas fiquei bem animado com a boa
recepção que teve Dias de febre na cabeça. A matéria publicada no Diario
de Pernambuco,
em abril deste ano, abriu portas. Depois dela, o livro
ganhou outras quatro resenhas bastante generosas e elogiativas, uma delas de
Raimundo Carrero. Eu apareci. As pessoas estão me cumprimentando, dizendo que
leram meu livro… Isso nunca aconteceu na minha vida. Então em dois anos, no
máximo, quero estar com outro livro publicado.

Que dificuldades são mais comuns?

Helder
Herik
– Tem aquilo de ser ignorado na própria cidade, enquanto tem seu
nome sendo feito no Recife. Santo de casa não faz milagre. Você escreve aqui
mas não atinge muitas pessoas, embora seu material tenha qualidade. Há
dificuldade com distribuição, logística, divulgação…


 Mário
Rodrigues
– Todo mundo que publica de maneira independente enfrenta
grandes obstáculos. Meu romance A curva secreta da linha reta teve certa
repercussão e aceitação aqui em Garanhuns, mas muito disso se deve ao fato de
eu ser professor, ter muitos alunos. É difícil sair desse nicho e atingir
outros lugares, até mesmo o Recife. Ficamos muito restritos.


 Helder
Herik
– Existem outros escritores com material pronto, mas talvez com
dificuldades. Nós temos ânsia de publicar. Nossos livros saem com a mesma
qualidade dos vendidos pela Companhia das Letras ou pela Record, mas ficamos
com os livros em casa. Nos perguntamos: e agora? Como fazer circular?


 Nivaldo
Tenório
– A distribuição é dificil, mesmo. Mas, no fundo, não estamos
preocupados com isso. Não queremos que os livros cheguem para milhares de
pessoas. Temos em comum o fato de nos preocuparmos em mostrar os livros a um
editor, a um crítico literário… a buscar respostas nesse universo. Queríamos
mesmo era sermos publicados por uma grande editora.

Há um ambiente propício à literatura em Garanhuns?

Mário
Rodrigues
– Sim, existe uma cena literária, que até um tempo atrás era
dispersa, e com o tempo veio ganhando consistência. O mais relevante, acredito,
é que não apenas se escreve, mas há a consciência do fazer literário e a
vontade de produzir uma obra relevante.


 Luzinette
Laporte
– Garanhuns é uma cidade riquíssima. Nossos escritores são
otimos. Digo para eles enviarem livros para fora, para ganharem prêmios. Eles
escrevem bem, escrevem gostoso, de um jeito que a gente aproveita a leitura,
mas não divulgam isso. O primeiro livro infantil que escrevi vendeu cinco
edições no Sul e Sudeste. Aqui ninguém tem. Não dá para ficar só no seu
lugarzinho, não.

É curioso notar que além de escritores, vocês quatro são professores…

Helder
Herik
– Outros autores que conheço também estão ligados às letras.
Parece ser uma característica de Garanhuns. No meu caso, venho tentando reduzir
minha carga horária pela metade, pois tenho projeto de escrever sempre, tanto
poesia (da alma, da angústia, da filosofia, do gracejo),  quanto livros
infantis. Não quero ser conhecido como um professor que escreve, mas um
escritor que, por questão de sobrevivência, dá aulas.


 Mário
Rodrigues
  – A gente está inserido em um mundo moderno, cheio de
possibilidades, e a literatura é apenas mais uma delas. Na sala de aula tento
fomentar interesse pelos livros, mas tenho consciência de que nem todo aluno
vai responder a isso. Em 10% deles, os olhos brilham quando falamos em
literatura, então o papel do professor é identificar esses estudantes e
trabalhar para que o interesse continue mesmo depois de deixarem o âmbito escolar.
Como diz o escritor Milton Hatoum, a literatura é a arte da pequena minoria.


 Nivaldo
Tenório
– Mário e Helder são professores com carga horária extensa. Dou
aulas apenas eventualmente. Sou funcionário público, e trabalho meio
expediente, então me sobra mais tempo.


 Luzinette
Laporte
– Fui professora por 30 anos e 7 meses. Às vezes Nivaldo me
conta que se sente decepcionado em dar aula. Mas digo a ele que não fique
assim, pois os jovens estão se procurando, ainda não se encontraram, estão com
a cabeça cheia de interrogação. Se ele deixar de ensinar, deixa de aprender.

Os alunos costumam ler os livros dos professores?

Helder
Herik
– Sim, eles formam boa parte do público. Estou com o livro A
invenção dos avós pronto, mas não quero lançar no FIG por medo de não ter
grande público, pois as pessoas se dispersam. Devo lançar em agosto, com a
volta às aulas. (
PERNAMBUCO.COM)



A 23ª edição do Festival de Inverno de Garanhuns
(FIG) caprichou nas atrações de teatro, dança e circo. Ao logo dos dez dias do
evento, na cidade do Agreste de Pernambuco, grupos de oito estados brasileiros
mostram espetáculos dos mais diversos tipos, divididos nas categorias teatro
adulto, teatro de rua, teatro para a infância, dança, circo, performances e
ações especiais.

Neste primeiro final de semana, os destaques são os espetáculos “Os gigantes
da montanha”, nova peça do Grupo Galpão, e “Por Elise”, do Grupo Espanca!.
Ambos os grupos são de Minas Gerais.

Nesta sexta-feira (19), o Teatro Luiz Souto Dourado recebeu:”Por Elise”. Esse, que foi o primeiro trabalho do Grupo Espanca!,
estreado em 2005, já conquistou os prêmios Shell e APCA de melhor texto.

A montagem do Grupo Galpão, inédita em Pernambuco, será apresentada no
sábado (20), na Praça do Mosteiro de São Bento, às 19h. Com classificação
livre, a fábula “Os Gigantes da Montanha” narra a chegada de uma
companhia teatral decadente a uma vila mágica, povoada por fantasmas e
governada pelo Mago Cotrone. Escrita pelo escritor italiano Luigi Pirandello, a
peça é uma alegoria sobre o valor do teatro (e, por extensão, da poesia e da
arte) e sua capacidade de comunicação com o mundo moderno, cada vez mais
pragmático e empenhado nos afazeres materiais. A música do espetáculo é
executada ao vivo, tocada e cantada pelos atores. Esta é a 21ª montagem da
companhia, que celebra o retorno da parceria com o diretor Gabriel Villela.

O destaque entre as “Ações Especiais” deste final de semana é o
“Papo de Bar”, uma espécie de teatro lambe-lambe, de Thiago Kunitz
Daniel (SC). O curto espetáculo, de cerca de dois minutos, é apresentado para
uma única pessoa de cada vez. Em cena, dois rapazes discutem em um bar sobre
qual seria a melhor opção de cerveja. Influenciados pela televisão, suas
escolhas divergem e eles passam a não ter mais certeza da própria opinião. As
apresentações começam às 15h do domingo (21), no Parque Euclides Dourado, e
terão duração de duas horas, sendo dois minutos por espectador. Haverá
apresentações ainda na segunda (22), às 15h, no Castainho; e na terça (23), às
10h, no Espaço de Cultura Popular. A direção é de Suzi Daiane.

Todos os espetáculos são gratuitos e os ingressos para os apresentados em
teatros serão distribuídos em horários pré-determinados. No Teatro Luís Souto
Dourado, será das 10h às 11h e das 15h às 16h. A capacidade é de 700
espectadores. A distribuição dos bilhetes do Pavilhão da Dança e do Teatro Para
a Infância, será feita das 14h às 15h30, e a capacidade é de 900 espectadores.
Para o circo, o público pode retirar os ingressos das 13h às 14h30 (e das 11h
às 12h30, quando há duas sessões no mesmo dia). A capacidade é de 1.300
espectadores. (Do G1)

Confira a programação completa de artes cênicas:

 

>> TEATRO ADULTO – Teatro Luiz Souto Dourado – 19h
Domingo, 21/07
“Na Comédia de Edgar, Alan põe o Bico” – Associação Teatral Cia.
P’Atuá | Belo Horizonte-MG


Segunda-feira, 22/07
“Uma de Duas – A Vida Comum de LucyLady” – Christiane de Lavor e
Ricardo Tabosa | Fortaleza-CE


Terça-feira, 23/07
“O Filho Eterno” – Cia. Atores de Laura | Rio de Janeiro-RJ


Quarta-feira, 24/07
“A Filha do Teatro” – Cênicas Cia. de Repertório | Recife-PE

Quinta-feira, 25/07
“De Malas Prontas” – Cia. Pé de Vento Teatro | Florianópolis-SC

Sexta-feira, 26/07
“Como Nasce um Cabra da Peste” – Agitada Gang – Trupe de Atores e
Palhaços da Paraíba | João Pessoa-PB

Sábado, 27/07
“Viúva, Porém Honesta” – Grupo Magiluth | Recife-PE

>> EVENTO ESPECIAL –  Teatro Luiz Souto Dourado – 17h30
Sábado, 20/07
Cida Moreira – Show A Dama Indigna | São Paulo-SP

>> TEATRO DE RUA
Sábado, 20/07
“Os Gigantes da Montanha” – Grupo Galpão | Belo Horizonte-MG
Praça do Mosteiro de São Bento – 19h


Quinta-feira, 25/07
“Tudo vira Tudo” – Troupe Azimute | Garanhuns-PE
Av. Santo Antônio (Espaço de Cultura Popular) – 10h


Sexta-feira, 26/07
“Luiz Lua Gonzaga” – Grupo Magiluth | Recife-PE
Av. Santo Antônio (Espaço de Cultura Popular) – 10h

>> TEATRO PARA INFÂNCIA – Pavilhão da Dança e do Teatro para Infância
(Parque Euclides Dourado), às 16h30
Sábado, 20/07
“Tá Namorando! Tá Namorando!” – Grupo Bagaceira de Teatro |
Fortaleza-CE

Segunda-feira, 22/07
“Em Busca do Ingrediente Secreto” – Cia. Chica e Olga Ateliê de
Criações | São Paulo-SP

Quarta-feira, 24/07
“Pindorama, Caravela e Malungo” – Grupo Teatral Quadro de Cena |
Recife-PE

>> DANÇA – Pavilhão da Dança e do Teatro para Infância (Parque
Euclides Dourado), às 16h30
 
Sexta-feira, 26/07
“As Canções que Você Dançou pra Mim” – Focus Cia. de Dança | Rio de Janeiro-RJ


Sábado, 27/07
“Compartilhados” – Grupo Experimental | Recife-PE

>> PERFORMANCES DE DANÇA – Galeria das Artes (Av. Dantas Barreto, 44 –
Santo Antônio)
Domingo, 21/07 – 18h
“Âmbar: Três Bailarinas de Degas” – Gardênia Coleto (PE)
“Saída” – Denilce Freitas (PB)
“Ela sobre o silêncio” – Helijane Rocha (PE)

>> CIRCO – Av. Caruaru – Heliópolis (área próxima ao Terminal
Rodoviário)

Domingo, 21/07 – 14h e 16h30
“O Mundo Mágico de Entretenimento do Circo Alakazam” – Circo Mágico
Alakazam | PE


Segunda-feira, 22/07 – 16h
“A Tradição Centenária da Família Alves” – Circo Itinerante Alves |
PE


Terça-feira, 23/07 – 16h
“Sonho de Circo” – Trupe Circus | Recife-PE


Quarta-feira, 24/07 – 16h
“Disney Circo – A Tradição da Família Vidal” – Disney Circo | PE


Quinta-feira, 25/07 – 14h e 16h30
“No Pocket – Um Espetáculo para Todos os Bolsos” – Coletivo Nopok |
Rio de Janeiro-RJ


Sexta-feira, 26/07 – 14h e 16h30
“Um Concerto em Ri Maior” – Cia. dos Palhaços | Curitiba-PR


Sábado, 27/07 – 14h e 16h30
“Picadeiro Pernambuco – A Tradição Milenar” – Centro Carcará | Cabo
de Santo Agostinho-PE

>> AÇÕES ESPECIAIS
Teatro – “Papo de Bar” – Teatro Lambe Lambe | Jaraguá do Sul-SC
Domingo, 21/07 – 15h, no Parque Euclides Dourado
Segunda-feira, 22/07  – 15h, no Castainho
Terça-feira, 23/07  – 10h – Av. Santo Antônio (Espaço de Cultura Popular)


Circo – “Palhaços na Feira, Saltimbancos em Brincadeira – Uma Intervenção
de Palhaçaria”
Cia. 2 em Cena de Teatro, Circo e Dança | Recife-PE
Sexta-feira, 26/07 – manhã  – Mercado Público de Garanhuns
Sábado, 27/07 – manhã – Feira Livre do Magano (Rua Santa Terezinha)


Este ano, o lema que tomará conta da Praça da Palavra, o polo de literatura
do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), é a de que “qualquer pessoa pode
fundar um selo e criar livros artesanais”, como diz Wellington de Melo,
coordenador de Literatura da Secult-PE/Fundarpe. A literatura cartoneira,
movimento editorial poético, filosófico, político e cultural que nasceu na
Argentina, em 2002, com a criação da Eloisa Cartonera, parte desse princípio.
Ao utilizar papelão para a confecção das capas de livros, aliando literatura,
artes plásticas e consciência ecológica, o movimento vai na contramão do
mercado, atuando pela descentralização do comércio do livro.

Além de editoras independentes, os cartoneiros, ou “catadores”, como têm
sido denominados aqui no Brasil, são coletivos com preocupação social e
ecológica. Escritores e artistas juntam-se aos catadores de papelão para
confeccionar livros, utilizando a matéria-prima dos catadores para as capas, a
fim de valorizar o seu trabalho e desenvolver o seu potencial artístico. O
papelão é comprado dos próprios catadores a preços menores do que os do mercado
e, quando transformados em livros, são vendidos a valores módicos. O apurado,
por sua vez, é distribuído entre escritores e catadores. O movimento iniciado
na América Latina já se difundiu pela Europa e tem seus representantes
brasileiros, incluindo de Garanhuns.

A edição do FIG do ano passado levou o coletivo paulista Dulcinéia Catadora
para a Cidade das Flores, deixando como fruto de uma oficina o selo Severina
Catadora. Durante a ação, os escritores do município, do coletivo u-Carbureto,
se somaram à Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reciclável
Nova Vida (Asnov), do bairro da Cohab III produzindo a publicação “Severina
Catadora”, de mesmo nome do selo.

Este ano, o escritor Helder Herik e a catadora Núbia Bezerra, do selo
Severina Catadora, estarão no I Encontro Internacional de Literatura
Cartoneira, dias 25 e 26/7, junto a nomes de vários países: Nicolas Duracka
(Cephisa Cartonera, França), Washington Cucurto (Eloísa Cartonera, Argentina),
Daniela Elias (Babel Cartonnière, Bolívia), Amandine Cholez (Yiyi Jambo,
França/Paraguai) e Juan Malebrán (Canita Cartonera, Chile).

Parte da programação, os cartoneiros também realizarão workshops de criação
de livros artesanais durante o festival.

Saiba mais…

Serviço:
I Encontro Internacional de Literatura Cartoneira
Dias 25 e 26 de julho, na Praça da Palavra, no FIG 2013
Aberto ao público

Programação:

25/7
10h – “Garanhuns, o mundo, papelão e literatura: o que é o movimento
cartonero?”
Roda de diálogo e troca de experiências entre cartoneros
Com Nicolas Duracka (Cephisa Cartonera, França), Washington Cucurto (Eloísa
Cartonera, Argentina), Daniela Elias (Babel Cartonnière, Bolívia), Amandine
Cholez (Yiyi Jambo, França/Paraguai), Helder Herik e Núbia Bezerra (Severina
Catadora, Brasil), Juan Malebrán (Canita Cartonera, Chile). Mediação: Andreia
Joana Silva (Portugal)

19h – Cartoneros do mundo, avante!
Recital Cartonero. Leituras abertas e lançamentos de livros de editoras
cartoneras

26/7
10h às 13h – Workshop de criação de livros artesanais (público infantil),
com Andreia Joana
Silva (Portugal) e Nicolas Duracka (França)

10h às 13h – Workshop “Como fazer um livro com um pé nas costas”. Parte 1:
Fast writing –
workshop de escrita criativa, com Andreia Joana Silva (Portugal)

15h às 18h – Workshop “Como fazer um livro com uma perna nas costas”. Parte
2: Imprimindo, encadernando e pintando capas, com Andreia Joana Silva
(Portugal)

16h às 18h – Workshop de criação de livros artesanais (público adulto), com
Andreia Joana Silva (Portugal) e Nicolas Duracka (França)

19h às 20h30 – Troca de experiências entre cartoneros: exibição de
documentário sobre
democratização do objeto livro e conversa com cartoneiros. (Fundarpe)



Como educar o olhar de modo a ver a realidade de forma especial, saindo da
banalidade? Esse é um dos desafios de ensinar fotografia. E o que dizer de
compartilhar a arte com aqueles que não podem ouvir? Dizem que os portadores de
alguma deficiência tendem a apurar mais os sentidos que possuem. O fato é que a
fotografia pode ser utilizada por eles como mais um instrumento de comunicação,
de forma a “quebrar barreiras da socialização”. É o que aposta o projeto
FotoLibras, que fará parte da programação de formação
cultural 
do 23º Festival de Inverno de Garanhuns, de 22 a
26 de julho, na Aesga.

Ainda no campo da fotografia, a jornalista Mariana Lima, pós-graduada em
Gestão e Produção Cultural, facilitará uma oficina de elaboração de projetos,
que busca capacitar jovens sobre o mundo da produção cultural. Contando com
momentos teóricos e atividades práticas, a oficina abordará conceitos básicos
das políticas de cultura no Brasil, tipos de financiamentos e elementos de um
projeto cultural, em especial ao que se refere à linguagem da fotografia. Que
tal adentrar num universo paralelo, produzir uma “caixa misteriosa” de onde
brota o menor teatro do mundo, o lambe-lambe? Na oficina da Cia Andante, de
Santa Catarina, os participantes construirão seu primeiro espetáculo de teatro
lambe-lambe, partindo da utilização de objetos e materiais simples, como caixa
de papelão. Serão ensinados princípios básicos de manipulação, construção da
caixa mágica com iluminação e concepção de sonoplastia e intervenção.

Se o seu desejo é o de se descobrir palhaço, Bóris Marques, um dos
fundadores da Escola Pernambucana de Circo, compartilhará técnicas do palhaço
brasileiro, pesquisando a poética do riso de cada um. Farão parte das
atividades da oficina dinâmicas aplicadas à prática do palhaço, treinamento de
clacs, gags e cascatas, pesquisa do gestual do palhaço brasileiro, entre outros
experimentos e práticas. Para os que apreciam a arte feita com barro, o
festival oferece oportunidade única de aprender com o neto de Mestre Vitalino,
Elias Vitalino. O artesão herdou do avô o dom de modelar o barro e há mais de
40 anos trabalha na arte que em sua família tem passado de geração em
geração.  A oficina “Aprendizes de Vitalino”, oferecida para o público em
geral, a partir de 5 anos, busca retransmitir a arte para as novas gerações.

Confira a grade completa das oficinas aqui  e
programe-se. As inscrições ainda estão abertas.

Saiba mais…

Para se inscrever:
 
– Secretaria de Cultura de Garanhuns (Centro Cultural Alfredo Leite Cavalcanti,
situado à Praça Dom Moura, s/nº, Centro, Garanhuns/PE) para as ações da Aesga,
Praça da Palavra, Galeria das Artes, Escola Henrique Dias e Casa da Música.

– Escola Municipal Ranser Alexandre Gomes (Rua Campos Sales, s/nº, Nordeste
–Magano, Garanhuns/PE), para as ações que acontecerão na própria escola.

– Castainho, para as pessoas das comunidades quilombolas, indígenas e
rurais. Informações (81) 3184 3124.

Aqueles que não residem no município e desejarem se inscrever devem entrar
em contato com a Diretoria de Formação da Fundarpe/Secult pelo endereço
eletrônico [email protected] ou pelos telefones (81) 3184. 3113 ou
3184.3109.

As inscrições estão sujeitas à quantidade de vagas de cada oficina. (Fundarpe)



O espetáculo “Gigantes da montanha” estreou em maio deste ano em Belo
Horizonte (MG), levando à rua a mistura cênica de teatro e música que
caracteriza o trabalho do Grupo Galpão (MG), um dos mais aclamados do País. A
peça é inspirada em texto homônimo, o último de Luigi Pirandello, que morreu
antes de sua conclusão. Escrita em 1936, a obra traz a discussão sobre o mundo
moderno, com suas práticas de mercado e seus valores monetários, através de uma
fábula que chega ao FIG 2013 neste sábado, dia 20/7, às 19h, no pátio do
Mosteiro de São Bento.

Quem conta como será a estreia da peça em Pernambuco é o ator e fundador do
Grupo Galpão, Eduardo Moreira. Ele explica que o clima principal do espetáculo
é baseado no mundo criado pelo italiano Luigi Pirandello, repleto de sonhos e
de imaginação, governado por um mago chamado Cotrone. Certo dia, a vila
governada por ele recebe a visita de uma companhia de teatro decadente da
condessa Ilse, que quer apresentar a “Fábula do filho trocado” ao reino dos
homens. Chateado pela recusa de ficar eternamente em seu reino, Cotrone sugere
que eles encenem para os gigantes, seres que vivem nas montanhas e se dedicam
ao trabalho. Um dos aspectos mais interessantes dessa peça é a
intertextualidade de Pirandello consigo mesmo. O texto encenado pela companhia
de Ilse é, na verdade, um conto escrito pelo próprio autor alguns anos antes.

O fim da peça não chegou a ser escrito por Pirandello, mas, em seu leito de
morte, ele relatou ao filho como deveria ser o final. A versão que será
apresentada pelo Grupo Galpão foi traduzida por Beti Rabetti, com dramaturgia
de Eduardo Moreira e Gabriel Villela, que está em sua terceira parceria com a
companhia. Como a obra é inacabada, eles partiram das sugestões registradas por
Pirandello e condensaram na versão “à la Galpão”.

Essa é a primeira vez que o grupo se apresentará no Festival de Inverno de
Garanhuns e a expectativa deles é de grande sucesso. O Grupo Galpão já é velho
conhecido do Recife. Nos seus mais de 30 anos, a companhia já apresentou quase
todo o seu repertório nos teatros e festivais da cidade. “Para nós, que temos
essa arte de rua, Pernambuco e o Nordeste são celeiros muito importantes, nós
nos sentimos muito estimulados em participar de um festival tão diversificado
como o FIG”, diz Eduardo. “O pernambucano é um público sofisticado, que sabe
apreciar a arte, e isso é um reflexo da sua formação cultural com uma cultura
popular muito forte e mista”, opina.

Como o espetáculo acabou de estrear, seu
repertório é completamente novo. São 12 atores em cena. Além de atuar, todos
cantam e tocam, uma tradição do grupo. Apesar de eles “namorarem” a obra de
Pirandello há tempos, esse é o primeiro texto do italiano que eles encenam.
“Ele é um autor extremamente importante, reflete o tempo todo sobre o próprio
trabalho, colocando o teatro em cena e questionando a função daquilo que ele
produz para a sociedade”, analisa Eduardo. “Nosso trabalho também nos faz um
pouco netos de Pirandello, ele era a síntese da mistura entre o popular e o
erudito”. (Por Luíza Falcão/Fundarpe)



Filho da
Bahia, mais exatamente de Santo Amaro da Purificação. Cidadão do mundo, ou
melhor falando, cidadão pernambucano, desde 2003. Caetano Veloso, como bem
disse certa vez, “entrou e saiu de todas as estruturas”, flertou com quase
todas as possibilidades de reinvenção estética em seu trabalho, consolidado ao
longo de mais de quatro décadas, desde que tomou o Brasil de assalto com a
explosão tropicalista, influenciando gerações a fio.
 
Hoje, aos 70 (quase 71)
anos de idade, ele soa cada vez mais jovem, moderno e musicalmente ousado. Com
“Abraçaço”, seu mais recente álbum, chega ao terceiro disco de uma trilogia –
iniciada com “Cê” (2006) e seguida por “Ziie e zie” (2009) – concebida junto
com a bandaCê, que traz à tona uma verve mais roqueira para vestir suas
canções. Com exclusividade, o artista concedeu entrevista (via e-mail) ao
site do FIG 2013 e falou sobre o show que apresenta no festival, próximo dia 20
de julho, no Palco Guadalajara. Além disso, falou da sua relação com
Pernambuco, estreitada através do título de cidadão pernambucano, que recebeu
há 10 anos, e do prazer em tocar e cantar pela primeira vez para Garanhuns.

#fig2013.com
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Esta
é a primeira vez que você vai se apresentar no Festival de Inverno de
Garanhuns? Já esteve na cidade em alguma outra circunstância?

#caetano veloso | É a primeira vez que vou a Garanhuns, terra de Lula e
de Arto & Duncan Lindsay.

#fig2013.com
| O show que será apresentado no FIG é o “Abraçaço” e você seguirá fielmente o
roteiro do que vem sendo apresentado? Ou você e a bandaCê estão preparando algo
diferente?

#caetano veloso | Espero poder fazer alguma coisa em colaboração com
Arto (Lindsay), afinal é a primeira vez que canto na terra brasileira dele. Em
princípio, vamos levar o “Abraçaço” tal como ele é e tem sido apresentado pelo
Brasil afora. Claro que com todas as variações que isso permite.

#fig2013.com
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Gostaria
de saber por quantas cidades a turnê do “Abraçaço” já terá passado até a data
do FIG (20/7)?

#caetano veloso| Olha, me lembro de ter feito Rio, Fortaleza, São Paulo,
Salvador, Recife, Porto Alegre, Belo Horizonte, Uberlândia, Goiânia, Campinas,
Natal, Maceió… sei lá… Antes de Garanhuns ainda teremos, pelo menos, Curitiba e
Novo Hamburgo.

#fig2013.com
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Sendo
sua primeira vez no FIG, é mais uma novidade em sua trajetória musical, que
conta com mais de quatro décadas. Mesmo após tantos anos de carreira e
experiência, esse sabor da novidade, de tocar pela primeira vez em algum lugar,
ainda te gera alguma expectativa ou você já se acostumou a isso?

#caetano veloso| Fico feliz por ter sido convidado para cantar nessa
cidade de que tanto ouço falar. O Festival de Inverno é famoso em todo o
Brasil. As pessoas ficam surpresas ao saber que faz frio em Pernambuco. Para
mim, cantar num lugar novo – sobretudo numa situação especial como é o festival
– é sempre uma excitação diferente. A gente não se habitua a fazer show ao
ponto de ficar frio com coisas assim.

#fig2013.com
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O
“Abraçaço” representa o terceiro disco de uma trilogia arquitetada junto à
bandaCê, com uma sonoridade que evidencia uma roupagem mais “rock” às suas
canções. O que este disco traz como diferencial em relação aos outros dois
anteriores, em termos de sonoridade e conceito?

#caetano veloso| A concepção sonora foi semelhante à de “Zii e zie”: já
temos uma banda que tem som próprio e eu imaginei canções para serem tratadas
com esse som. O “Cê” foi diferente: inaugural, foi a captação de uma banda
criada para tocar um repertório (e um estilo de arranjo) que tinha sido criado
antes de sua existência. Coisas como “Funk melódico” vêm um pouco da
experiência do “Recanto”, disco que criei para a voz de Gal. Mas também do meu
interesse pelo funk carioca, uma forma popular muito naturalmente sofisticada.

#fig2013.com
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Esses
últimos trabalhos reiteram o que você vem demonstrando ao longo de todos esses
anos de trajetória: um artista sempre aberto e conectado às novidades e a
incorporar as novas expressões da música pop em sua música, sem preconceitos.
Você acha que é esse aspecto que tem feito com que o público jovem se interesse
cada vez mais pelo seu trabalho?

#caetano veloso| Ninguém sabe por que alguns artistas mantêm o interesse
de sucessivas gerações. Mas isso não é incomum. Há casos como Neil Young ou Lou
Reed, para não falar em Frank Sinatra ou Roberto Carlos. Meu interesse pelo
rock vem do tempo do tropicalismo e nunca esmoreceu. Não sou nem nunca fui
rockeiro. Nem desejei ser. Mas sempre quis pôr em meu trabalho o que percebi de
importante nessa virada na música popular que o rock representou desde os anos
1950 e, mais ainda, a partir dos anos 1960. Mas o fato é que na minha geração
vários artistas se mantêm interessantes. Os shows de Chico Buarque, Paul
McCartney, Ozzy Osborne ou Rolling Stones têm mais público do que os meus. De
todo modo, o público jovem consome mesmo mais discos e shows de música popular
do que as pessoas mais velhas.

#fig2013.com
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Quais
as principais relações que você percebe entre seus últimos álbuns (em especial
o “Abraçaço”) e os discos que também vêm sendo descobertos e aclamados pelo
público mais jovem, como o “Transa”, por exemplo?

#caetano veloso| Sempre achei o trabalho com a bandaCê parente do
trabalho do “Transa”: uma banda pequena partindo de ideias de arranjos que já
nasciam junto com as composições. Sempre gostei especialmente de “Transa”. E
tanto no show de “Cê” quanto no de “Zii e zie” e no de “Abraçaço” botei canções
do “Transa”.
Continue lendo…

 

#fig2013.com
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Em
2013, completam 10 anos que você recebeu o título de cidadão pernambucano. Como
é ser um “PEBA” (de PE + BA)*?

#caetano veloso| Sinto orgulho desse título. Gosto da seriedade
pernambucana, do senso pernambucano de responsabilidade cultural. A Bahia
precisa fazer muito esforço agora para recuperar sua identidade. Amo ser baiano
e pernambucano.

#fig2013.com
|E como a cultura (em especial a música) pernambucana te influencia no teu
trabalho, na tua concepção artística?

#caetano veloso| Aos 8 anos de idade, eu era fã de Luiz Gonzaga. Hoje
sou fã de “O som ao redor” [filme do cineasta pernambucano Kleber Mendonça
Filho]. Entre os dois há todo um mundo de coisas.

#fig2013.com
| O que você tem ouvido (e apreciado) de música pernambucana mais atual?

#caetano veloso| Estou ainda na Nação Zumbi e no DJ Dolores. Mas conheço
Karina Buhr. E é claro que adoro Lenine.

#fig2013.com
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tem ideias para um próximo disco? Ou ainda é muito cedo para dizer?

#caetano veloso| Ainda é muito cedo.

*Expressão,
segundo Gilberto Gil, criada pelo pernambucano Jomard Muniz de Britto para
“significar essas pontes importantes que unem a Bahia a Pernambuco”.(
Por Leonardo Vila Nova/Fundarpe)


“Hoje é
dia de homenagear o povo pernambucano”. Foi com clima de descontração que o
governador Eduardo Campos realizou a abertura do 23º Festival de Inverno de
Garanhuns, que aconteceu no Hotel Tavares Correia, na noite desta quinta-feira,
18.

A
cerimônia, que teve a presença da primeira-dama do estado, Renata Campos, do
secretário de cultura de Pernambuco, Fernando Duarte, do prefeito de Garanhuns,
Izaías Régis, e também do presidente da Fundarpe, Severino Pessoa, homenageou a
arquiteta Janete Costa (em memória), o cordelista e mestre de reisado, Luiz
Gonzaga e o mestre de reisado, Benoni. Os dois mestres, ao final da cerimônia,
se apresentaram junto com os seus reisados para o público presente.

Em seu
discurso, o governador falou sobre o trabalho realizado pela arquiteta Janete
Costa, representada por sua filha Roberta Borsoi, na difusão da cultura
popular. “Ela é uma pessoa muito importante para Pernambuco, que abriu as
portas da arte do povo, levando-a para os grandes salões do Brasil e do mundo”,
enfatizou o governador. O prefeito de Garanhuns, Izaías Régis, por sua vez,
destacou a naturalidade da arquiteta, que é garanhuense. “É importante
reconhecer a importância de Janete Costa como patrimônio de Garanhuns,
representando a nossa cultura mundo a fora.”

Também
homenageado na cerimônia, o cordelista e mestre de reisado, Luiz Gonzaga, se
sentiu muito honrado com o convite. “Nunca pensei que fosse ser homenageado por
conta do meu trabalho como cordelista, é emocionante.” Já o mestre Benoni, do
reisado “Os três reis do Oriente” que completa 100 anos em 2013,
agradeceu o apoio do secretário de cultura, Fernando Duarte, e do governador
Eduardo Campos.

Duarte
enalteceu o trabalho dos mestres de reisado e a importância que essas tradições
tem para o FIG: “São essas pessoas e o seu trabalho que fazem deste festival um
momento tão especial ao unir o contemporâneo com as nossas raízes culturais.”

O
governador Eduardo Campos também elogiou a cidade de Garanhuns, seu charme
especial, o povo receptivo e ainda fez um desejo: “Meu sonho é conseguir um dia
aproveitar os 10 dias do Festival de Inverno de Garanhuns!”.

Também
estiveram presentes na cerimônia, a secretária de cultura do Recife, Lêda
Alves, o presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco, Geovaldo Gomes, o
Ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Romário Dias, o secretário de
educação do Estado, Ricardo Dantas, o de Saúde, Antônio Carlos Figueira e o
senador Rodrigo Rolemberg.

O
Festival de Inverno de Garanhuns teve início nesta quinta-feira, 18, com shows
no Palco Guadalajara e vai até o dia 27 de julho com extensa programação de
música, cinema, teatro, dança, literatura, além de oficinas e artesanato.

TURISTAS ESTRANGEIROS RECEBERÃO TRATAMENTO
ESPECIAL DO FIG –
O
Governador Eduardo Campos também apresentou um grupo de alunos, estudantes da
Escola de Referência do Ensino Médio de Garanhuns, que serão voluntários durante
os dias do festival, prestando serviço de informação aos turistas que vierem à
cidade, nos idiomas português e inglês. Os nove alunos participantes do projeto
passaram seis meses estudando inglês no exterior através do programa Ganhe o
Mundo, do Governo de Pernambuco, e agora voltam à sua cidade para mostrar o que
aprenderam durante o intercâmbio. (Por Ana Elisa Freire/Fundarpe)



FIG TUR – Durante o FIG, a empresa de Coletivos São Cristóvão em
parceria com a Secretaria de Turismo do Município, coloca em circulação uma
linha especial passando pelos principais pontos turísticos e polos do FIG.
Trata-se do FIG TUR. O passaporte custa R$ 10 e o cliente recebe uma pulseira
de identificação para o dia inteiro, podendo usar a vontade durante todo o
tempo em que o serviço estiver em atividade naquele dia. As pulseiras podem ser
adquiridas nos hotéis e o serviço teve inicio, com sucesso, nesta quinta, dia
18, e segue até o sábado 27.

INFORMAÇÕES TURÍSTICAS – O Governo de Garanhuns, em parceria com a
secretaria Estadual de Educação irá inserir nas atividades do FIG nove ex-intercambistas
do Programa Ganhe o Mundo (PGM), os quais irão atuar como Agentes Bilíngues de
Informações Turísticas. Os alunos que integram a atividade são estudantes do
Ensino Médio da Rede Estadual de ensino, e participaram de intercâmbio nos EUA
e Canadá durante 6 meses. Todos obtiveram êxito em seu aproveitamento
educacional, e são exemplo de desempenho e superação em sua comunidade, escola
e família.

 ESTACIONAMENTO OPCIONAL – A AMTT intermediou uma parceria entre a
empresa de ônibus São Cristóvão e o Sete de Setembro Esporte Clube para
instalação de um estacionamento para carros e motos no período do 23º FIG. O
estacionamento será na área externa do estádio Gigante do Agreste. A capacidade
do estacionamento é de será de 600 carros e 200 motos, com iluminação,
segurança e banheiro químico. A empresa São Cristóvão disponibilizará uma linha
especial de ônibus que iniciará às 17h, seguindo até às 5h, que fará o percurso
entre o estacionamento e a Praça Guadalajara com intervalos de 20 minutos,
podendo ser reduzido de acordo com a demanda dos turistas.

ESCOLAS ESTADUAIS – Quem for prestigiar o FIG terá a chance de ver
apresentações culturais de escolas estaduais do Agreste Meridional animando a
grade de diversos polos distribuídos pela cidade. Estudantes de Águas Belas, Teresinha,
São Bento do Una, Garanhuns, Calçado e Brejão estarão se apresentando no
Evento. A articulação é da GRE-AM, que tem a frente o professor Paulo Lins.

OFICINAS PEDAGÓGICAS – Mais uma vez, a Autarquia do Ensino Superior
de Garanhuns (AESGA) será palco para um dos atrativos do Festival de Inverno de
Garanhuns. Na 23ª edição do Evento, as oficinas de formação pedagógica serão
realizadas na Instituição, no período de 22 a 26 de julho. Neste ano, a AESGA
está entre os polos de ações de formação cultural, que compreendem na
realização das oficinas pedagógicas, workshops e rodas de diálogo.

 

ESQUEMA
ESPECIAL –
Alguns
bloqueios foram montados na entrada do Município e também dentro da cidade, ao
que os motoristas devem ficar atentos. A segurança policial foi reforçada e
haverá esquema especial de estacionamento e transporte para levar os visitantes
aos principais polos do 23º FIG. Já na cidade, a fiscalização será feita pelo Detran
e pela AMTT. A Polícia Militar também montou seu próprio esquema de segurança
para atuar em Garanhuns e nas redondezas da cidade durante o Festival.



“Boa noite, senhor e senhora, eu cheguei agora
vim lhe visitar. Posso chegar em sua residência, que vossa excelência mandou me
chamar?”. Enquanto uns esperavam embaixo de uma moita, se protegendo do sol, os
outros entravam na casa da pessoa e viam se na sala delas cabia o reisado. Era
assim que Benoni Bezerra de Carvalho fazia em sua juventude, quando era Mateus.
“A gente brincava de oito da noite até uma hora da manhã. Quando era amanhã, a
gente tomava um café, botava um baú nas costas e ia pelas estrada. A gente saía
pelo mundo, ficava 30, 35 dias”.

Benoni me
conta da época em que brincar reisado era se aventurar pelo meio do mundo,
compartilhando da brincadeira de casa em casa. E o anfitrião não deixava por
menos, “matava duas, três galinhas, pra aquele povo todo”.

Fiz hoje
o percurso inverso, adentrei eu, a casa dele, que atualmente é mestre do
reisado Os três reis do Oriente, homenageado do FIG 2013 pelo centenário, para
ter uma “palestra” com ele que tanto visitou casas alheias. E fui recebida com
um carinho e um entusiasmo de me sentir totalmente cativada.

Passamos
a tarde eu, Ricardo (o fotógrafo), Clemilson (o motorista) e a esposa de Benoni
a ouvi-lo contar a história de sua vida no reisado, que está totalmente
imbricada com sua biografia, já que começou aos 12 anos, junto a Mestre Cândido
Sertanejo.

Mestre
“Cândio”, como eles gostam de chamar, é figura lendária na região, referência
de todos os brincantes de reisado, foi quem começou o brinquedo. Mestre Benoni,
quem leva hoje o reisado à frente, vai lá dentro buscar a fotografia e mostra
cheio de afeto o retrato dele com seu mestre, que lhe considerava um filho. Na
foto meio apagada pelo tempo, os dois de pé, vestidos com os trajes do
folguedo, nos fitam. Benoni mostra com orgulho um dos poucos resquícios que lhe
sobraram para lembrar-se de seu mestre. “Esse homem brincou reisado 57 anos,
sem falhar um ano”, conta veementemente. E emenda “eu brinco, mas nunca vou
dizer que brinco igualmente a eles”, fazendo referência à Mestre Cândido e
Senhorzinho Barra Nova, mestre que sucedeu o primeiro e antecedeu Benoni.

Mas, não
só na fotografia antiga estão as marcas de Mestre Cândio, elas ainda povoam o
reisado que ele iniciou, seja nas peças de sua autoria, ainda cantadas hoje,
seja na própria formação do grupo, constituída, em grande parte, por pessoas de
sua família. Foi justo uma sobrinha do mestre, Dona Zefinha, quem teve um
sonho, quando seu tio ainda era vivo, sonhou que o reisado dele ia acabar.
Nesse instante que ela contava ao tio, vinha vindo lá Seu Benoni. Mestre
Cândido aponta pra ele e afirma que ele seria o novo mestre.

A função
adquirida há 10 anos deixa Seu Benoni satisfeito “Eu sinto alegria porque eu
vou levar alegria para alguém”. Ele tem plena noção também da importância de
passar a riqueza cultural de sua tradição através das gerações “Eu fico feliz
de passar aquilo que eu aprendi. Hoje eu vou ensinando a meio mundo de
criança”. E é isso mesmo que você percebe no reisado de Mestre Benoni, a
mistura das duas gerações, um senhor de 84 anos brincando junto de uma criança
de 6. Diz ele sobre a homenagem prestada ao seu grupo “ É uma grande honra
estar recebendo essa homenagem de eu mais meu povo estar levando essa
brincadeira tão antiga”.

A
tradição também se mistura com a atualização nas peças do reisado de Benoni, as
dos antigos se somam às de Chicão, amigo de Benoni, que vez por outra cria uma
peça, seja a pedido dele ou por conta própria. Ele canta “Num te alembra do
tempo, benzinho, que nós juntos dois anjos vivia”, de Mestre Senhorzinho e
depois entoa a de Chicão sobre a preservação do Meio Ambiente, que fala que se
não cuidarmos dele, não vai dar mais nem pra respirar.

Estávamos
lá, ouvindo Mestre Benoni cantar, quando ele me aponta assim “aquele ali é
compositor”. Vinha chegando, montado em seu cavalo, o amigo, Zezé Marcolino.
Benoni me cochicha que ele também era mestre de reisado, mas que ele não está
mais brincando há um tempo. E incita “Você tem que voltar com seu reisado”.

A chegada
inesperada de Zezé Marcolino tornou a prosa ainda melhor, velhos amigos,
danaram-se a falar e compartilhar suas trajetórias conosco. Começam, assim como
do costume dos mais velhos, a nos aconselhar “A mocidade da gente passa ligeiro
demais”, diz Zezé Marcolino. E Benoni acrescenta “Eu também ando esquecido, as
peças do computador estão falhando”. Mas é a partir da lembrança do
esquecimento que Benoni recorda de mais uma história pra nos contar.

De quando
foi em Pedra do Buíque cantar o Divino, que são peças que trazem trechos da
Bíblia. Muito difícil de gravar, “é pra ir cantando de palavra em palavra, de
letra em letra”, Mestre Benoni prometeu que se falasse o Divino sem errar ele
louvava o nome de Jesus Cristo. Faltou apenas a última palavra na memória do
mestre, o padre percebendo o feito, começou a bater palma, salvou a
apresentação. E ele cumpriu com sua promessa.

No auge
de seus 71 anos, o mestre conta também de quando sofreu um infarto e não pôde
se apresentar “As veias tudo entupida e eu só pensava no reisado”. E assim,
como enredo perfeito que se fecha, Mestre Benoni encerram nosso encontro, não
sem antes nos convidar diversas vezes para retornar, falando sobre o dia que
sua morte chegar. Diz que já avisou a “seu povo”, que quando seu dia chegar quer
que cubram seu caixão com a coroa e a espada e que cantem peça de reisado no
cortejo de seu funeral. E mais uma vez, lembra de Mestre Cândido, cantando:
“Quando eu morrer todo mundo vai olhar, minha mortalha é um traje de reisado”.
(Por Maria Peixoto/Fundarpe)