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BLOG DO CARLOS EUGÊNIO | domingo, 20 de julho de 2025

 

Um grupo de 12 comerciantes que atua há décadas no pavimento térreo do imóvel conhecido como Hotel Shalom, localizado nas imediações da Praça Mestre Dominguinhos, em Garanhuns, está apreensivo com a iminente desocupação do Prédio. A área foi desapropriada pela Prefeitura de Garanhuns e já teve o valor da indenização depositado em juízo.

 

 

A desapropriação foi efetivada no último dia 11 de junho, com o depósito judicial no valor de R$ 2.670.729,51. Segundo o laudo de avaliação realizado pelo Município, o imóvel possui 1.134,67 metros quadrados de área construída, com valor estimado de R$ 2.769,12 por metro quadrado.

 

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A decisão foi assinada pelo juiz Glacidelson Antônio da Silva, da Vara da Fazenda Pública de Garanhuns, após a conversão de uma ação judicial em processo de desapropriação indireta, a pedido da proprietária do imóvel, identificada pelos comerciantes como Dona Edileusa. O pagamento foi anunciado oficialmente pelo Prefeito Sivaldo Albino (vídeo acima), no dia 26 de junho, e a desocupação do prédio pode ocorrer a qualquer momento. A decisão judicial também reuniu em um único processo uma ação de 2003, movida na gestão do então Prefeito Silvino Duarte.

 

 

Apesar de, até o momento, todo o trâmite do Processo mostrar-se ter sido fundamentado na legalidade, os Comerciantes do pavimento inferior ao Hotel, alegam não terem sido notificados formalmente e denunciam falta de diálogo com a Gestão Municipal. O Grupo chegou a conseguir uma Decisão Liminar no último dia 25 de abril, impedido a desocupação ou remoção forçada no local até julgamento definitivo do Processo (relembre AQUI) e agora apelam para uma nova intervenção judicial.

 

É que segundo os Comerciantes, os documentos que possuem e que segundo Eles “comprovam a propriedade dos boxes” não estão sendo levados em consideração e todos os trâmites estão sendo realizados como se o imóvel inteiro tivesse apenas uma proprietária. Para eles, a medida ameaça diretamente o sustento de dezenas de famílias.

 

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“Estamos sendo expulsos sem alternativa. Trabalho aqui há 55 anos. Tenho documentos registrados em Cartório que comprovam a legalidade da minha ocupação”, afirmou Wverlande Souza Campelo, um dos comerciantes prejudicados.

 

A insatisfação é compartilhada por Bruno José da Silva, que atua no local há 35 anos. “Compramos os boxes da antiga Viação Progresso. Agora dizem que Dona Edileusa, que é dona hotel, é dona de tudo. E nossa documentação não vale nada?”, questionou.

 

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Ivanice de Moura Silva, que trabalha há 20 anos na área, lamenta a incerteza. “De uma hora pra outra, ficamos sem saber onde trabalhar. Estamos sendo jogados na rua”, lamentou. Já Maxwell Melo Bezerra, também comerciante, destacou o impacto social da medida. “Mais de 45 pessoas tiram o sustento daqui. Queremos que olhem por nós”, complementou.

 

A desapropriação visa ampliar a Esplanada Mestre Dominguinhos, espaço que abriga eventos como o Festival de Inverno de Garanhuns. O projeto prevê a integração das praças Mestre Dominguinhos, Tiradentes e Mosteiro de São Bento.

 

 

Em uma das movimentações do Processo, datada de 25 de junho, os advogados da proprietária solicitaram prazo de 10 a 30 dias para encerramento das atividades no local. Embora o Prefeito tenha prometido publicamente conceder prazo para desocupação, ele expirou no último dia 11. A Prefeitura de Garanhuns ainda não se posicionou sobre as queixas dos Comerciantes.  

 

Após ouvir os Comerciantes, o Blog do Carlos Eugênio buscou contato com o escritório de Advocacia que os representa, mas apesar das mensagens enviadas no último dia 2 de julho, não obtivemos qualquer resposta. Sem contato, não temos informações se as reclamações dos Comerciantes já foram judicializadas ou se ficaram apenas nos apelos registrados nos vídeos divulgados nas redes sociais.

 

O Blog do Carlos Eugênio segue à disposição de todos os citados direta ou indiretamente nesta reportagem para publicar as suas versões. (@blogcarloseugenio)