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BLOG DO CARLOS EUGÊNIO | terça-feira, 08 de julho de 2025

 

Após três anos de investigação, a Polícia Federal em Pernambuco desmantelou um esquema criminoso que desviou milhões de reais do programa social Leite de Todos, criado para beneficiar famílias em situação de insegurança alimentar. A Operação resultou no indiciamento de 40 pessoas, entre empresários, servidores públicos e dirigentes de cooperativas.

 

De acordo com o inquérito da Delegacia de Combate à Corrupção e Crimes Financeiros, os suspeitos utilizaram nomes de pelo menos 33 produtores rurais já falecidos para justificar repasses milionários feitos pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Agrário. Um dos casos mais emblemáticos é o do produtor Francisco Alves de Lira, falecido em 2011, mas que teve um recibo registrado em 2014 com fornecimento de 1,5 mil litros de leite.

 

 

O esquema envolvia ainda a adulteração do leite distribuído, com a adição de soro de leite e substâncias químicas como citrato e dióxido de titânio, prática que reduzia custos e colocava em risco a saúde dos consumidores. Parte do leite era fornecida por uma Empresa com sede em Gravatá, que, segundo a PF, recebeu a maior parte dos recursos públicos repassados por meio da Cooperativa dos Pecuaristas e Agricultores de Itaíba (COOPEAGRI).

 

A Cooperativa, por sua vez, foi classificada pelo TCE-PE como uma fachada, funcionando em uma loja de miudezas de propriedade da filha do Presidente da Entidade. Os contratos firmados entre a COOPEAGRI e o Governo Estadual somam mais de R$ 95 milhões entre 2014 e 2022, durante os Governos do PSB, com parte dos recursos oriundos do extinto Ministério da Cidadania.

 

Entre os indiciados estão Empresários e Ex-servidores da Secretaria de Desenvolvimento Agrário e membros do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). Os Servidores foram indiciados por participação na emissão de documentos falsos e favorecimento ilícito.

 

 

A PF aponta que o Grupo era bem estruturado, com divisões hierárquicas entre líderes, gerentes, laranjas, falsificadores e servidores públicos. Os crimes investigados incluem desvio de verba pública, corrupção, estelionato, falsidade ideológica, obstrução à Justiça, crimes contra a saúde pública e lavagem de dinheiro.

 

Durante as investigações, duas Operações foram deflagradas, com cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão, em novembro de 2022 e junho de 2023. Na última ação, a Justiça determinou a suspensão imediata de todos os contratos das empresas envolvidas com o Governo de Pernambuco. (@blogcarloseugenio, com informações e imagens do Jornal do Commercio)