A Vice-governadora Diplomada de Pernambuco, Priscila Krause (PSDB), apresentou o balanço da transição do governo, nessa segunda-feira, dia 26, e cravou que há uma discrepância entre o discurso fiscal da atual gestão e a realidade vivida pelo povo pernambucano.
De acordo com o relatório apresentado, nos últimos dois meses de 2022, foram firmados 16 novos convênios de obras com Municípios no valor total de R$ 87,4 milhões – sendo considerada uma movimentação inédita com relação ao volume de convênios compactuados no segundo semestre, em comparação a anos anteriores.
Além disso, o documento também indica, com base nos dados do Tribunal de Contas do Estado, que mais de 400 obras estão paralisadas, e que envolvem R$ 5 bilhões em recursos já desembolsados pelo Estado.
Outro ponto apresentado pela equipe de transição de Raquel Lyra, é que haveria pelo menos 75 contratos de obras de médio a grande porte em andamento, que totalizam investimentos de R$ 3,13 bilhões, dos quais R$ 1,81 bilhão ainda deverão ser desembolsados.
A equipe afirma ainda que não há dotação orçamentária na LOA 2023 para todas as obras. Eles citam como exemplo o caso no DER-PE, em que há 39 obras com conclusão prevista para 2023 que demandam R$ 1,2 bilhão, mas o orçamento total de investimentos do departamento é de apenas R$ 322 milhões, em 2023.
“É permitido você deixar para uma nova gestão, fazer a contratação de obras de investimento para um novo governo assumir, sem a previsão orçamentária? Não há disponibilidade no orçamento, quanto mais do ponto de vista financeiro”, questionou Priscila Krause. “Pernambuco não é um Estado arrumado do ponto de vista fiscal e financeiro e nós vamos ter que arrumar essa casa”, completou.
REAÇÃO DO GOVERNO PAULO CÂMARA – O Governo de Pernambuco rebateu as acusações feitas pela Vice-governadora diplomada Priscila Krause. Em nota, a assessoria da gestão Paulo Câmara afirmou que ela “não desceu do palanque”.
“O Governo de Pernambuco lamenta que a vice-governadora eleita, sessenta dias após o encerramento das eleições, não tenha descido do palanque”, iniciou a nota. “Apesar de ter tido acesso total à mais de 26 mil páginas de documentos e colaboração irrestrita de todos os setores da administração atual, não há sinalização de propostas estruturadoras para o futuro, mas discussões pontuais sem familiaridade técnica sobre a matéria financeira”, afirmou o Governo.
A gestão do PSB também refutou a informação de que não haveria verbas no orçamento para obras na próxima Gestão. Segundo eles, há R$ 3 bilhões em caixa e outros R$ 3,4 bilhões em operações de crédito pré-aprovadas e com garantia da União. “Ressaltamos que as contas do Governo de Pernambuco cumprem todas as exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal e dos órgãos de controle”, diz o texto. (@blogcarloseugenio – www.blogdocarloseugenio.com.br, com informações do JC Online. CONFIRA)