A mudança na direção do
Colégio Diocesano de Garanhuns vem repercutindo na Cidade. É que a forma como o
processo foi conduzido pela Diocese local desagradou ex-alunos, pais de alunos,
professores e funcionários daquela Casa de Ensino.
O Bispo Diocesano Dom Paulo Jackson, nomeou o Padre José Émerson,
como Diretor Administrativo do Diocesano no final da tarde de ontem, dia 3. Ele,
que soube da decisão do Bispo na última terça-feira, dia 2, substituirá o único
leigo à frente do Colégio em sua história, o professor Albérico Fernandes, que
tem 33 anos de serviços prestados aquela instituição, sendo desses, 29 à frente
da direção administrativa do Educandário.
O fato é que o professor Albérico só foi informado de sua saída às 17h
de ontem, dia 4, não tendo tempo sequer para comunicar aos alunos e professores a respeito da mudança. “Hoje acordei com duas sensações: a do dever cumprido e a que o meu
tempo passou. Meu tempo de Diretor passou”, registrou o professor Albérico, em
entrevista a Imprensa local, logo após se dirigir aos alunos do ensino fundamental e do
ensino médio na Quadra de Esportes, momento marcado pela emoção de alunos e
professores. “Todos os dias eu rezava com vocês, a partir de hoje, rezarei por
vocês, em minha casa”, disse o Professor Albérico aos alunos.
Além de constatar que a missão de dirigir o Diocesano se encerrou com
êxito, o professor Albérico Fernandes fez questão de ressaltar como deixa o
Colégio. Segundo Fernandes, o Diocesano está organizado, sobretudo financeiramente,
e mesmo com a crise que o País atravessa, a instituição tem em caixa, de acordo
com uma recente auditoria, mais de um R$ 1 Milhão de Reais. “Com certeza, com a
inteligência do Padre Émerson, ele fará com que todo esse trabalho continue”, profetizou
o Professor, que revelou que vai tirar férias, mas não descartou encarar novos
desafios em sua vida profissional.
Desde a sua fundação, em 12 de outubro de 1915, e com exceção do período
de 1987 até ontem, dia 3 de agosto de 2016, o Colégio Diocesano de Garanhuns foi dirigido por sacerdotes. Monsenhor
José Ferreira Antero; Padre Manoel Diegues Neto; Monsenhor José de Anchieta
Callou; Padre Antônio Constantino Carneiro; Monsenhor Adelmar da Mota Valença e
Padre Ivo Francisco da Silva participaram da história administrativa do
Educandário, que tem no Bispo Diocesano o seu real diretor. Agora caberá ao
Padre José Émerson dar sequência a essa administração religiosa.
“Eu não vim dividir! O Colégio Diocesano continua como ele está. Nada muda!”,
revelou o Padre, que indagado como será a sua administração à frente do Gigante
da Praça da Bandeira, anunciou: “o Padre Émerson é um Padre que dialoga. O
Padre Emerson vai buscar dialogar com todo mundo, como sempre fiz quatro paróquias
por onde passei”, chamou a atenção o novo Diretor, que além da formação em
Direito e em Teologia, também cursou Administração de Empresas.
Apesar dos diversos questionamentos a cerca da decisão em mudar a
direção do Colégio no meio do ano escolar, sem qualquer aviso prévio ao
professor Albérico Fernandes (que teve 33 anos de sua vida dedicados ao
Diocesano), aos professores, pais e alunos, o Bispo Diocesano Dom Paulo Jackson
não se pronunciou sobre o assunto, deixando uma grande interrogação quanto aos
motivos que o levaram a esta repentina mudança.
MINHA OPINIÃO – O Padre José Émerson tem competência de sobra
para administrar e fazer o Diocesano avançar ainda mais. Ele também tem fé e
coragem para assumir as missões dadas pela Igreja, mesmo em meio à turbulência.
A história sacerdotal dele mostra isso. O Padre Émerson pode e fará um grande
trabalho à frente do Diocesano.
Acredito que esse clima tenso e de tristeza que se instalou naquele Centenário
Colégio vai passar. O que não passa é a contribuição que todos os Diretores e
Bispos deram a educação de milhares de crianças e jovens de todo o País, nas
salas do “Querido Lar”.
Também não passará a história que o professor Albérico Fernandes contou
nesses 33 anos dedicados ao Diocesano. Uma história que nem mesmo a questionável
forma como foi conduzida essa sucessão apagará, pois o reconhecimento ao
trabalho desse grande educador já está marcado na memória e nos corações dos atuais e ex-alunos,
pais de alunos, professores e de toda a sociedade garanhuense.