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BLOG DO CARLOS EUGÊNIO | quarta-feira, 22 de junho de 2016

O procurador­-geral da
República, Rodrigo Janot, denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o
deputado Federal Eduardo da Fonte (PP­-PE) por corrupção passiva, sob acusação
de que intermediou propina para atrapalhar as investigações da CPI da Petrobras
no Senado, em 2009.
Segundo a denúncia, o Deputado
teria intermediado a solicitação de R$ 10 milhões ao ex-­diretor da Petrobras
Paulo Roberto Costa, para que o ex­-senador Sérgio Guerra (PSDB-­PE), morto em
2014, atuasse para que a CPI instalada para apurar desvios na estatal não
tivesse resultado efetivo. A Procuradoria aponta que a propina foi paga por
empresas participantes de esquema criminoso instalado na Diretoria de
Abastecimento da Petrobras, na época comandada por Paulo Roberto Costa. Segundo
Janot
, Guerra era membro da CPI no Senado e atuou para que os demais
parlamentares do PSDB, partido presidido por ele na época e então de oposição
ao governo, não aprofundassem as investigações.
A Procuradoria afirma que
Eduardo da Fonte tinha conhecimento do esquema criminoso instalado na Petrobras
e interesse na sua manutenção, por isso participou de toda a negociação para a
solicitação e o acerto da propina. O Parlamentar era do PP, partido responsável
pela indicação e manutenção de Paulo Roberto Costa no cargo de diretor e beneficiário
de contratos firmados por essa Diretoria. A denúncia aponta que, no segundo
semestre de 2009, período no qual funcionou a CPI, Eduardo da Fonte e Sérgio
Guerra se encontraram reservadamente com Paulo Roberto Costa em hotéis no Rio
de Janeiro, pelo menos, em três oportunidades. Os encontros não se limitaram a
hotéis, houve, pelo menos, uma quarta reunião em sala comercial na capital
fluminense, diz a denúncia.



Em nota divulgada por sua
assessoria, Eduardo da Fonte informou que a denúncia será respondida, no tempo
e forma devidos, perante o Supremo Tribunal Federal. Ressaltou que os membros
da CPI enviaram 18 representações ao Ministério Público solicitando a adoção
das providências necessárias à apuração das notícias de crime identificadas no
decorrer dos trabalhos da comissão, em especial as pertinentes às obras da
refinaria Abreu e Lima.
(Com informações e imagem do Jornal do Commercio, edição de hoje, dia 23/06/2016)