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BLOG DO CARLOS EUGÊNIO | quarta-feira, 03 de abril de 2024

 

O Governo de Pernambuco não será, pela primeira vez, o organizador do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG). A declaração foi dada nessa terça-feira, dia 2, após a gestão da governadora Raquel Lyra (PSDB) dizer ter sido pega de surpresa com o anúncio da programação do principal polo da 32ª edição da festa pelo prefeito Sivaldo Albino (PSB) — que, por outro lado, também aponta falta de diálogo com o Estado.

 

 

Em entrevista ao JC, Renata Borba, a presidente da FUNDARPE, órgão historicamente responsável pelo Evento, e a secretária de Cultura, Cacau de Paula, alegaram que a Prefeitura de Garanhuns “politizou o Festival”, minando a participação do Governo a partir da tomada de decisões solo, como a ampliação do calendário e os artistas que vão se apresentar no Polo Mestre Dominguinhos.

 

“A Governadora propôs que o que anunciaram, mesmo sem anuência e sem combinar com a gente, seria incorporado na grade. Ela pediu para a Prefeitura colocar a proposta no papel. Para a surpresa da gente, a minuta enviada por eles era que o Estado faria tudo menos o Mestre Dominguinhos e todos os demais somente com anuência prévia. Como combinamos tudo e eles nada? Isso não é uma parceria”, denunciou Renata.

 

 

A presidente da Fundarpe também criticou a contratação de músicos sem o edital de convocatória, normalmente lançado pelo Governo, em parceria com a Prefeitura, e pela pouca presença de pernambucanos na grade principal: representados pelo Conde Só Brega e pela paulista, mas cidadã recifense, Raphaela Santos.

 

“O Festival tem um conceito de trazer a nova cena cultural. Ele (o Prefeito Sivaldo Albino) fez um FIG como uma festa, botou a Banda que queria, convidou quem queria, sem critérios. […] O Estado, dessa forma, não realiza. Isso não é o FIG”, defendeu Ela, que expôs a vontade de voltar a coordenar a Festa no próximo ano.

 

 

Diante disso, o Governo não disponibilizará os R$ 17 milhões que previa para atrações e apoio estrutural que eram de responsabilidade da gestão em outros anos. Será, assim, somente uma patrocinadora do festival — aportando um valor ainda não especificado —, sob a condição de contratar artistas do Estado.

 

“Este ano — bom deixar claro, não é uma posição perene — em vez de realizadores, vamos entrar como patrocinadores, por entendermos que não podemos estar de fora de jeito nenhum, mas não é a forma que a gente acredita. De antemão, colocamos nossa preocupação e o nosso compromisso em atender os artistas pernambucanos para serem incluídos na grade, que hoje não foram”, concluiu Cacau.

 

 

PREFEITURA REBATE ACUSAÇÕES – O Prefeito de Garanhuns afirmou, durante o lançamento da programação nesta terça (relembre clicando AQUI), que teria tentado dialogar com o Governo, mas que precisou manter e divulgar a programação diante da falta de resposta. Ainda, que mesmo assim esperava dividir a responsabilidade da realização do Festival com a Gestão.

 

“A gente ainda tem mais de 20 polos para anunciar e o nosso desejo é continuar dialogando para gente fazer o Festival de Inverno mais forte, e eu entendo que juntos a gente consegue fazer um Festival muito melhor”, disse Ele, antes do Governo informar que estava fora da organização. Sivaldo diz buscar parcerias com o governo federal e com entidades privadas para tocar o principal evento da cidade, marcado para os dias entre 11 e 28 de julho. Com elas, espera ter em caixa em torno de R$ 18 milhões para o FIG.

 

 

Clique em player para assistir ao Vídeo. 

 

MUNICIPALIZAÇÃO DO FIG – O discurso de municipalizar a organização do FIG veio logo após o evento de 2023, quando a Prefeitura de Garanhuns e parte do público criticaram o Governo de Pernambuco pelo anúncio tardio da programação. A decisão teria sido tomada após consultar população e empresariado e teria apoio do deputado federal Felipe Carreras (PSB), ligado ao setor de eventos, anunciado como “patrocinador” junto ao também parlamentar Carlos Veras (PT).

 

Renata rebate a crítica, afirmando que tinha disponível pela Lei Orçamentária Anual (LOA), elaborada antes da posse da Governadora, R$ 6 milhões para o Evento, quando no ano anterior o Estado teve R$ 21 milhões previstos. “Foi questão de honra fazer o FIG, só não sabia quanto tinha para disponibilizar. E esse orçamento de fato saiu em cima. Aos trancos e barrancos a gente fez e honrou os compromissos. Foi um FIG digno”, afirmou. (Com informações do JC. CONFIRA)