BUSCA DE NOTÍCIAS 2021
BUSCA DE NOTÍCIAS DE 2013 A 2020
BLOG DO CARLOS EUGÊNIO | quinta-feira, 17 de julho de 2014

Por Jorge
Cavalcanti

Do Jornal do Commercio desta quinta-feira (17).


“Após ter sido anunciado como
pré-candidato a governador do presidenciável Eduardo Campos (PSB), o
ex-secretário da Fazenda Paulo Câmara (PSB) usou aviões fretados pelo governo
do Estado para cumprir agendas administrativas pelo interior, numa estratégia
política para torná lo conhecido. A tática – que não apresenta ilegalidade – é
semelhante à que o ex-presidente Lula adotou em relação à sua escolhida para
sucedê-lo. A então ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, passoua acompanhá-lo
em eventos de toda natureza.
Paulo Câmara participou de
inaugurações em seis ocasiões diferentes. O valor total do aluguel das
aeronaves à empresa de táxi aéreo Weston consumiu R$ 205 mil do erário. Em
todos os voos, entre os dias 2 e 30 de março, Paulo viajou na companhia do seu
padrinho político, como revela um levantamento do JC no Portal da
Transparência.
O site fornece para a pesquisa
informações detalhadas sobre o aluguel de aeronaves. Antes, a lista com o nome
das pessoas a bordo não era publicada. Entre agosto de 2013, início da
divulgação dos dados de forma mais transparente, e o dia 24 de fevereiro, quando
o então secretário da Fazenda foi confirmado como pré-candidato, o Estado havia
contratado 20 voos. Paulo Câmara não foi passageiro em nenhum deles. Viajar não
era uma atividade tão comum ao cargo que exercia.
No Carnaval, Paulo Câmara
começou a se deslocar para visitar cidades de várias regiões do Estado. Como
ainda ocupava a Secretaria da Fazenda, antes das convenções partidárias, podia integrar
a comitiva do governador, embora não costumasse fazê-lo. No dia seguinte ao
desfile do Galo da Madrugada, no Recife, ele voou para Arcoverde, no Sertão. O
frete custou ao Estado R$ 33,5 mil.


A segunda viagem foi realizada
no dia 13 de março. Ao lado de Eduardo, Paulo Câmara cumpriu agenda também no
Agreste e teve um dia movimentado. Participou da inauguração do Açude da Nação,
no município de Bom Conselho, além de inspecionar a construção de uma estrada e
de uma Escola Técnica. Seguiu para Garanhuns, onde assistiu ao corte da fita da
reforma do Hospital Regional Dom Moura. O segundo voo saiu por R$ 56 mil.
Ter se deslocado de avião
possibilitou ao candidato retornar ao Recife a tempo de participar, à noite, de
uma evento organizado pelo PSB, em bar na área central da cidade. Paulo e o
restante da chapa majoritária da Frente Popular foram apresentados a diversos segmentos
da classe artística por figuras como o escritor Ariano Suassuna.
Uma semana depois, Paulo
Câmara voou novamente pelo erário para cumprir uma agenda de oito atividades no
Sertão. Nenhuma delas com vínculo direto com a pasta que ocupava. Nos dias que
antecederam o fim do prazo de desincompatibilização, Paulo intensificou as
viagens. Entre os dias 26 e 30 de março, foram três aluguéis de aeronaves, ao
custo total de R$ 67,6 mil.
ASSESSORIA DIZ QUE VIAGENS JÁ ERAM COMUNS
Por nota, a assessoria de
imprensa do candidato Paulo Câmara (PSB) disse que a presença dele em viagens
ao lado do ex-governador Eduardo Campos foi “uma realidade” ao longo dos
últimos sete anos. “Elas sempre aconteceram, tanto em voos comerciais como
fretados. No entanto, a sua participação nas agendas não era evidenciada na
imprensa pela postura discreta do então secretário”, diz um trecho da curta
nota.

Antes de agosto de 2013, o
nome dos passageiros das aeronaves alugadas não era fornecido ao público.
Apenas o nome da empresa e o valor e a data do contrato ganhavam publicidade.
Desde que a divulgação dos custos ficou mais transparente, porém, 20 voos foram
contratados. E Paulo Câmara não esteve presente em nenhum deles. Só viajou de
aluguel pago pelo erário depois que foi anunciado como candidato.
Em julho de 2013, o então governador Eduardo
Campos assinou o decreto elevando o grau de transparência nos gastos com
aeronaves alugadas dois dias depois da coluna JC Negócios, assinada por
Fernando Castilho no caderno de Economia do JC, mostrar que o governo, por meio
da Casa Militar, havia contratado R$ 5,1 milhões em viagens em helicópteros e
aviões executivos nos últimos 18 meses”. 

(Com
informações do Blog do Jamildo – http://blogs.ne10.uol.com.br/jamildo/ / Imagem: 
Clemilson Campos/Acervo JC Imagem)