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BLOG DO CARLOS EUGÊNIO | quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Ouvido ontem no terceiro dia
do julgamento dos acusados pela morte do promotor Thiago Faria Soares, o
agricultor José Maria Pedro Rosendo – apontado pelo Ministério Público Federal
(MPF) como mandante do crime – se declarou inocente e tentou envolver a
advogada Mysheva Martins, ex-noiva de Thiago, no assassinato. O Promotor foi
morto com tiros de espingarda calibre 12, em outubro de 2013, na estrada que
liga os municípios de Águas Belas e Itaíba.
Rosendo alegou que Mysheva
teria passado um período se relacionando, ao mesmo tempo, com o promotor e com
um antigo namorado, o comerciante Glécio Oliveira Júnior, com quem teria
rompido em fevereiro de 2013. Segundo José Maria – conhecido com Zé Maria de
Mané Pedro -, Glécio chegou a procurá-lo e comentar que o final do
relacionamento o havia deixado muito abalado. “No interior, quando um
homem é traído, mata a mulher, o amante, ou os dois. Isso é comum”,
comentou o agricultor, durante o depoimento à juíza Amanda Lucena Torres, da 4ª
Vara Federal, que preside o julgamento. Segundo Zé Maria de Mané Pedro, Glécio
teria emprestado a Mysheva os R$ 100 mil utilizados na compra de 25 hectares da
Fazenda Nova, em um leilão, em 2012. Rosendo e sua família moravam no local e
travaram uma disputa judicial com a advogada para não deixar o imóvel.
Zé Maria de Mané Pedro admitiu
ter três armas registradas no nome da família: um rifle, uma espingarda calibre
12 e uma pistola 380. O agricultor também confessou ter viajado para Alagoas no
dia do assassinato por temer pela vida, uma vez que sabia que seu nome seria
relacionado ao episódio. “Depois fiz quatro vídeos explicando minha
inocência. A investigação da Polícia Civil não era correta. Então, quando soube
que o caso tinha sido federalizado (em abril de 2014), decidi me entregar à
Polícia Federal para prestar todos os esclarecimentos”, disse.
De acordo com a acusação do
MPF, a intervenção de Thiago Faria junto à Justiça para agilizar a imissão de
posse para a noiva foi o motivo do homicídio. A hipótese do envolvimento de
Glécio e Mysheva no crime foi descartada pela investigação da Polícia Federal
(PF). O advogado que representa Mysheva Martins na assistência de acusação
durante o julgamento, José Augusto Branco, rechaçou as declarações de Rosendo.
José Maria ainda alegou durante
o depoimento que nunca teve qualquer desavença com Mysheva, mesmo tendo sofrido
um atentado em 1984, cuja culpa ele confere ao pai da Advogada. Rosendo ainda
afirmou desejar que o caso da morte de Thiago Faria seja elucidado. “Se eu
for condenado, a morte do Promotor vai ficar impune, pois os verdadeiros
culpados não serão punidos.” Os outros dois acusados pelo homicídio,
Adeildo dos Santos e José Marisvaldo da Silva, também foram ouvidos ontem. A
exemplo do que aconteceu no segundo dia do júri, Adeildo passou mal e precisou
ser atendido pela equipe médica da Justiça Federal.


A decisão dos jurados sobre a
culpa ou inocência dos réus será anunciada na madrugada de amanhã. O dia de
hoje será reservado para os debates entre defesa e acusação, cada um com duas
horas e meia (o tempo da defesa é dividido entre os três acusados). A
expectativa da Justiça Federal de Pernambuco é que a sessão termine por volta
das 2h da sexta-feira. (Com informações
do Jornal do Commercio e imagens de reprodução da TV Globo Nordeste. CONFIRA)