BLOG DO CARLOS EUGÊNIO | quinta-feira, 27 de junho de 2019
“O debate sobre o fim da
reeleição para presidente da República, governadores e prefeitos continua na
pauta política do Congresso. Vez em quando alguém puxa a discussão de volta
como fez o presidente Bolsonaro em sua campanha presidencial. Ora, a reeleição foi
uma das coisas mais acertadas que os congressistas fizeram após a promulgação
da Constituição de 88.
![]()
Fruto de uma emenda de
autoria do então deputado Mendonça Filho, ela possibilita aos eleitores
concederem ou não um segundo mandato ao ocupante de cargo executivo. Se o
eleitor estiver satisfeito com o seu desempenho administrativo, dá-lhe a chance
de ficar mais quatro anos. Do contrário, manda-o de volta para casa. Isso num
país como o Brasil faz toda diferença, pois não são raros casos de prefeitos e
governadores que transmitem o cargo aos sucessores com as finanças em
frangalhos (vide os exemplos do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais
e Rio Grande do Norte). Então, o que pode fazer em quatro anos um governador
que assume sem dinheiro sequer para pagar a folha de pessoal? Absolutamente
nada. Leva no mínimo dois anos para arrumar a casa e os outros dois estão
reservados para as eleições seguintes.
![]()
Essa história de dizer que o governante utiliza a
“máquina” em proveito próprio, sendo candidato à reeleição, é bobagem. Ela a
usaria do mesmo jeito em favor do seu candidato, como fez Quércia em São Paulo
na eleição de Fleury Filho: “Eu quebro o Banespa, mas faço o sucessor”. Quebrou
e fez. Então, para o bem da Pátria e felicidade geral da nação, deixe-se a
reeleição em paz. Ela não significa em absoluto mais quatro anos de mandato. Dá
apenas ao governante a oportunidade de ser julgado pela população quando do
término do primeiro mandato. Se ela estiver satisfeita com o trabalho dele, o
reconduz. Se não, não! Querem algo mais democrático do que isto? Por Inaldo
Sampaio – Coluna Fogo
Cruzado – 25 de junho de 2019”.