Essa é destaque no G1/Caruaru:
Há pouco mais de uma semana
grupos de venezuelanos começaram a ser vistos pedindo ajuda para comprar
comida, remédios e fraldas em semáforos de ruas e avenidas de Garanhuns.
Eles usam cartazes para chamar atenção de pedestres, motoristas e
motociclistas. Os imigrantes estão concentrados nos bairros de maior
movimentação da cidade: Centro e Heliópolis.
A Secretaria de Assistência
Social e Direitos Humanos do Município disse que tem feito um mapeamento desses
venezuelanos. Até a publicação desta matéria, 42 deles estão sendo monitorados.
De acordo com a psicóloga Isabel Cristina Santos, do Centro de Referência e
Assistência Social (Creas) de Garanhuns, são 19 adultos, entre homens e
mulheres, e 23 crianças e adolescentes.
Em entrevista à TV Asa
Branca, a psicóloga falou que os imigrantes vieram do Recife. “Tinham mais
venezuelanos aqui, mas foram para outras cidades. Parte dessas pessoas passou
por várias localidades do Nordeste”, explicou. Ainda segundo a psicóloga
do Creas de Garanhuns, o perfil desses imigrantes é diferente das pessoas que
mendigam no Brasil. “São nômades, o foco deles aqui é conseguir dinheiro
para ajudar os familiares que passam por dificuldades na Venezuela. Essas
pessoas recebem auxílio do governo como imigrantes para sobreviver aqui no
Brasil”, finalizou Isabel Cristina.
Inácio Torres, que trabalhava
na Venezuela como agricultor, foi visto com a companheira e mais quatro filhos,
sem máscara, próximo à Praça Dom Moura, pedindo ajuda. Ele disse que chegou à
cidade no último dia 7, com outros venezuelanos. Ele contou que estava pedindo
dinheiro para comprar fralda para os filhos e ajudar a família. Os venezuelanos
estão divididos e vivem em um hotel, uma pousada e em uma casa alugada no bairro
São José. Todos fazem parte de uma comunidade indígena. Comovidos com a
situação, ciclistas fizeram a doação de um fogão, roupas e alimentos aos
imigrantes.
De março a setembro, esse
grupo recebia doação de alimentos da ONG Em Cena Arte e Cidadania, no Recife,
mas ao ser procurado no início do mês, a diretoria da Instituição não conseguiu
localizá-lo. “Os venezuelanos viviam em um dos casarões da Rua da Glória,
no bairro da Boa Vista. Algumas crianças passaram a ser atendidas por nós.
Todos os meses as famílias vinham buscar cestas com alimentos, este mês não
vieram. O imóvel onde viviam está fechado. Somente esta semana soube que todos
estavam em Garanhuns”, disse Betânia Gonçalves, coordenadora geral da ONG.
(Com informações e imagens de Diogo Franco/Reprodução TV Asa Branca. CONFIRA)